quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Projeto procura alternativa de renda para comunidades de Oriximiná

Oriximiná
Ensinar as comunidades a trabalhar corretamente a terra, criando alternativas à simples retirada de produtos da natureza. É o que pretende o Projeto de Implantação de Sistemas Agro Florestais (SAF), desenvolvido junto a comunidades do município de Oriximiná, no oeste do Pará, com o patrocínio da Mineração Rio do Norte (MRN), empresa produtora de bauxita naquela região.
No último final de semana, 20 famílias das comunidades do Boa Nova e do lago Saracá foram certificadas em um curso de aproveitamento da mandioca, no qual aprenderam técnicas de plantio, produção de farinha e outros produtos. O curso foi realizado de 23 a 27 de julho.
Cleide Souza, uma das alunas do curso, diz que sabia fazer farinha, mas só de um jeito. “Agora a gente pode trabalhar melhor a mandioca e aumentar o plantio”, afirma.
A implantação dos Sistemas Agro Florestais faz parte de um acordo fechado entre a MRN e as comunidades do Boa Nova e Saracá durante o processo de licenciamento das minas de bauxita do Almeidas e Aviso. O projeto foi iniciado em 2004, com parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), e desde o início deste ano vem sendo acompanhado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER.
Para José Haroldo de Paula, assessor de Relações Comunitárias da MRN, o SAF representa mais uma alternativa de renda à comunidade, já que combina culturas de ciclo curto, médio e longo prazos. “Ou seja, além de melhorar a qualidade de vida da geração atual, garante o atendimento das necessidades das gerações futuras”, garante ele.
Ao lado das técnicas de plantio de espécies frutíferas como o mamão, a laranja e o abacate, além de espécies de madeira de lei como o cedro, pau’darco e andiroba, são ensinadas maneiras de aproveitar melhor a produção, com o olho no mercado. “As comunidades plantavam mandioca para a farinha, mas faziam um produto inferior. O curso melhora isso, ensina como plantar e trazer renda por meio da agricultura familiar. Agora eles podem colocar o preço na farinha, porque têm um produto melhor”, explica o instrutor Erivan Carvalho.
Trabalhar o lado social da comunidade é a outra face do projeto. A equipe de apoio é reforçada por uma assistente social, que trabalha técnicas de artesanato e culinária com as mulheres, além de temas como saúde e educação ambiental. Mas uma das iniciativas com maior aceitação foi a implantação de hortas comunitárias no quintal das escolas, com a participação dos alunos. Os vegetais colhidos na horta agora reforçam a merenda escolar e ensinam às crianças a importância de legumes e vegetais frescos na alimentação.
O curso de aproveitamento da mandioca é o segundo dos três que serão feitos este ano. “Até o fim do projeto em 2008 serão feitos mais três, totalizando seis cursos, além de duas excursões às comunidades para conhecimento de boas práticas”, informa Aluísio Santos, da EMATER.
Pará Negócios

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