Governo negocia nova prorrogação da CPMF

Brasil/Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a temporada de nomeações de políticos para cargos nas estatais do setor elétrico. As mexidas no tabuleiro de cargos fazem parte das negociações para prorrogar a manutenção de duas emendas constitucionais caras ao governo federal: a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), também conhecida como o 'imposto do cheque', e a Desvinculação das Receitas da União (DRU). Anteontem, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Luiz Paulo Conde, que nunca atuou no ramo de energia, foi confirmado para a presidência da Furnas, por indicação do PMDB.

O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, passou os últimos dias acertando cargos com líderes dos partidos da base aliada ao governo. Isso porque na semana que vem, será votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a proposta que prolonga a validade da CPMF e da DRU até 2011. Por serem emendas constitucionais, elas têm prazo da validade - vencem em dezembro, caso não sejam renovadas pelo Congresso até 30 de setembro.

Além de emplacar Conde em Furnas, o PMDB cobiça ainda outras estatais, como a Eletrobras, a Eletronorte e a Eletrosul. Junto de outros partidos, como PR, PP e PTB, os peemedebistas ameaçam dificultar a renovação da CPMF e da DRU caso não recebam altos cargos do governo federal. O PMDB chegou a cogitar também a autorização da divisão com estados e municípios da receita que o governo arrecada com as duas emendas