quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Índios Munduruku ocupam sede da Funai em Itaituba desde ontem

Província do Tapajós

Cerca de cem lideranças indígenas da etnia Munduruku, de aproximadamente vinte aldeias de Jacareacanga, no oeste do Pará, ocuparam ontem,08 a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Itaituba.

O prédio da administração regional de Itaituba foi ocupado durante a tarde e os indígenas obrigaram os funcionários do órgão a deixar o prédio. Segundo as lideranças, o movimento é uma forma de protestar contra a exoneração do administrador regional Osimar Barros, que foi afastado do cargo na sexta-feira,03.

Uma portaria de Braília determinou que Raulien Oliveira de Queiroz, funcionário de carreira do órgão ocupasse a vaga. Raulien já foi prefeito de Jacareacanga nos anos 1990. 'Eu fui nomeado por indicação dos indígenas, que estranharam a decisão de uma nova pessoa, sem que eles tenham sido consultados', explica Osimar Barros, que já estava em casa. 'Nem penso em voltar. Não quero. Não motivei ninguém a fazer isso. Essa decisão de protestar foi exclusivamente dos líderes Munduruku', afirma Barros.

De acordo com Jaime dos Santos, chefe de serviço da Funai em Itaituba e substituto do administrados, a manifestação é pacífica. O grupo cobra uma resposta de Brasília explicando a saída de Osimar e afirma que só deixa a sede da Funai quando tiver uma palavra de Brasília. 'Eles encaminharam uma carta por fax para o presidente (da Funai, Márcio Meira), pedindo a presença dele aqui ou algum representante direto da Funai. Querem dialogar e explicar a importância do cargo. Eles temem que uma pessoa de fora não entenda as necessidades dos indígenas da região', afirmou Jaime.

Na região do Alto Tapajós existem cinco povos, sendo a etnia Mundurukus uma das maiores. No total, são cerca de 60 a 80 aldeias naquela região do Estado. Jaime também explicou que mais de 200 indígenas estão no prédio da Funai, mas mais da metade está no local para resolver pendências como expedição de documentos, atendimento para previdência social, entre outros assuntos burocráticos. Está previsto para hoje, 09, novas reuniões entre os indígenas, que aguardam uma resposta da Funai.

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