Fiscalização Fiscais da Sefa vão atuar com Sectam para conter venda de produto florestal
As secretarias estaduais de Meio Ambiente e da Fazenda assinaram ontem a Instrução Normativa que autoriza os cerca de 360 agentes do Fisco estadual dos 'postos de fronteira' a fiscalizar produtos florestais, como madeira em tora, carvão e lenha. Com a medida, o governo quer aumentar a pressão sobre as madeireiras ilegais. Atualmente, a Sefa verifica apenas a Nota Fiscal do produto, mas, a partir de agora, terá como incumbência adicional conferir o Guia Florestal, que substituiu o Documento de Origem Florestal (DOF) e que indica origem da madeira, destino, volume da carga e outros detalhes.A fiscalização será operacionalizada através do Sistema de Cadastro, Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), banco de dados eletrônico que controla via Internet toda a cadeia madeireira. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, a ilegalidade na produção de madeira para serraria, carvão e lenha na Amazônia envolve 63% da produção anual. Segundo o secretário de Meio Ambiente do Estado, Valmir Ortega, este é o primeiro passo para o endurecimento da fiscalização nas fronteiras, que futuramente será reforçada pelas polícias Militar e Ambiental.A Sefa tem seis postos fixos de Coordenação e Controle de Mercadorias em Trânsito no Estado, além de Belém e portos e aeroportos: em Dom Eliseu; Gurupi, na divisa com o Maranhão; Conceição do Araguaia; Serra dos Carajás, em Marabá; Serra do Caximbo, em Castelo dos Sonhos e Base Candiru, em Óbidos. Em abril, será ativada uma nova base, em Curralinho, divisa com o Amapá. 'A Escola Fazendária será a responsável pelo treinamento dos fiscais e técnicos', afirmou o secretário. O titular da Sectam disse que o Sisflora, por ser eletrônico, é simples e a consulta pode ser feita até dos locais onde não há internet, por celular e até orelhão, em contato com outra unidade.A gestão das florestas estaduais passou a ser responsabilidade do governo do Estado, por meio da Sectam, a partir de outubro do ano passado. O problema é que há só 20 técnicos que atuam em Belém na emissão de autorizações de desmatamento, transporte e comercialização de madeira retirada de áreas estaduais, além da autorização e fiscalização dos planos de manejo. Outros 25 são responsáveis pela fiscalização em campo em 30% do território do Estado, ou seja, cerca de 1,2 milhões de quilômetros quadrados.A mudança na gestão de florestas brasileiras foi estabelecida pela Lei 11.284, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março do ano passado e inclui ainda a atribuição de fiscalização contra crimes ambientais. A Sectam ainda não tem estrutura nem pessoal capacitado para assumir totalmente tantas atribuições e por isso, explicou Valmir Ortega, ainda atua em parceria com o Ibama.
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