quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Insultos contra Daniella Cicarelli continuam a circular na rede


O YouTube foi desbloqueado, mas nem por isso os insultos à apresentadora Daniella Cicarelli deixaram de circular na rede. Ontem, páginas da apresentadora na enciclopédia virtual Wikipedia foram atacadas por internautas. “Fora Cicarelli e não volte nunca mais!”, dizia uma das ofensas mais leves, retirada rapidamente do ar.Em outras páginas da web, blogs e sites de relacionamento que ontem registraram protestos tinham mensagens de comemoração. “Vencemos! Vencemos o fantasma da censura!”, dizia um blog que promove o boicote à apresentadora. O dono da página, auto-identificado Dono da Verdade, disse que o magistrado se dobrou à pressão popular. “Não tinha como manter a decisão que, na prática, teve efeito pífio”, declarou.A página para boicotar Cicarelli foi criada no início do mês e, em apenas cinco dias, teve 123.342 acessos. “Eu realmente não esperava tanta repercussão, visto que só falei do blog para cinco amigos”, contou Dono da Verdade, que é estudante e tem 25 anos. Para ele, “o povo cansou de ser pisado”. A MTV Brasil, emissora que exibe o programa de Cicarelli confirmou ter recebido milhares de e-mails de protesto contra o bloqueio. Em nota, disse que sempre lutou pela liberdade de expressão, mas, neste caso, “embora revestidos de legitimidade, a maioria dos protestos no fundo compartilha dos mesmos valores que quer atacar, pois fomenta a censura a um canal de televisão “No Orkut, o número de comunidades relacionadas ao nome da apresentadora e do YouTube aumentou. À tarde, os internautas paulistas questionavam a demora. “E a Telefônica não vai desbloquear?”, questionavam. A primeira a cumprir a decisão foi a Brasil Telecom. “Não tinha motivo para eu ser penalizado se quem praticou um ato obsceno em público foi a ela”, afirmou o programador Alexandre Conrado, de 29 anos. Para o engenheiro do Comitê Gestor de Internet (CGI) no Brasil, Demi Getschko, o bloqueio “é a mesma coisa que mandar fechar uma rodovia porque se descobriu que o contrabando está sendo feito por ali”, explicou. O CGI não se posicionou oficialmente, mas, para Getschko, o correto seria punir o autor do vídeo. “Não creio que o magistrado quis censurar, mas na prática foi o que aconteceu. “ A organização dos internautas, que elaboraram abaixo-assinado online e criaram várias páginas de protesto, impressionou o engenheiro.

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