A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, sustenta-se no cargo por teimosia. Há meses que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros mais chegados, como Dilma Rousseff, da Casa Civil, têm adotado postura contrária à política ambiental defendida pela ministra acreana.
Depois de anunciar a retomada da usina nuclear de Angra III, o presidente Lula decidiu bancar a construção das hidrelétrica de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, atropelando o Ibama, praticamente forçado a conceder a licença ambiental, e brecou a implantação de novas unidades de conservação para não comprar briga com a bancada ruralista do Congresso Nacional.
Entre as realizações de Marina Silva, a maior, sem dúvida, foi criar nos últimos quatro anos mais de 20 milhões de hectares de áreas preservadas, principalmente na Amazônia. Agora, pressionado pelos congressistas, o presidente da República já admite a possibilidade de tirar do Poder Executivo o poder de editar decretos para a criação de unidades de conservação ou editar medida provisória, como a que criou o polêmico o Instituto Chico Mendes. Para se ter idéia do isolamento de Marina Silva, este ano não foi criado um único hectare de área protegida pelo presidente Lula e até mesmo 18 novas unidades que seriam criadas por ocasião do Dia do Meio Ambiente, em 5 de junho, foram engavetadas pela Casa Civil da Presidência. Entre os assessores de Marina Silva, já cogita-se a hipótese de que ela voltará ao Senado da República, abrindo espaço para que um outro acreano petista, o ex-governador Jorge Vianna, assuma o ministério.
Brasil/Dayan Serique
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