sexta-feira, 29 de junho de 2007

O Direito de Ir e Vir

*Dayan Serique
Vivemos em um país democrático, talvez a maior democracia do mundo, por isso tantas vezes, confundida com algazarra e anarquia. Todos temos o direito de protestar e de manifestar o nosso descontentamento com as coisas que julgamos erradas. Mas não podemos esquecer que para cada direito que temos um dever também nos é imposto.
O meu direito termina quando começa o de outra pessoa. Esta afirmação reflete o princípio da democracia, que se comparada a uma via, percebemos que ela deve ser de duas mãos, uma de ida e uma de vinda, ou seja, o meu direito e o direito das outras pessoas.
Aqui em Itaituba, percebo que estamos atrasados no tempo e espaço quanto à legitimidade do mais básico direito da Constituição brasileira que dita a liberdade de ir e vir. No episódio da obstrução da estrada do 53º BIS, o que ficou nítido, foi que tudo aquilo não passou de uma ação orquestrada, com o fim único de tirar dividendo político da situação. Tanto é, que tudo aconteceu na frente da casa da filha de um pretenso candidato a prefeito. Será coincidência isso? Ou será algo para ajudar o pai na política? Porque será então que as famílias humildes que moram na periferia e que também sofrem com a poeira, não agem dessa forma?
Infelizmente sabemos que 60% das ruas de Itaituba não têm asfalto, e tanto as mansões como os barracos e casebres não estão imunes da poeira, isso não é apenas naquele trecho que foi interditado, mas como a motivação era política, eles optaram em armar um circo, para dar seu showzinho.
Se o episódio de fechar a rua já não fosse suficiente, as pessoas envolvidas no imbróglio, de forma leviana e rasteira, usaram palavras ofensivas contra a pessoa do comandante do 53º BIS Dovanil Ferraz. Homem este, que neste período que estar aqui em Itaituba, já tem em sua bagagem, uma série de serviços à população, que vão desde eventos culturais a bloquetamento de avenidas.
Protestar, reivindicar, lutar por seus direitos é exercitar sua cidadania, mas usar de galhofa, desrespeito para com as outras pessoas que utilizam as vias públicas e para com as autoridades constituídas, ultrapassam todos os limites da coerência e do bom senso.
O processo eleitoral irá acontecer daqui a um ano e não há necessidade de se fazer espetáculos graciosos neste momento, não podemos permitir que jogos políticos e mesquinhos estejam acima dos interesses coletivos e da harmonia estabelecida em Itaituba.
*é Pedagogo e pós-graduado em Administração Educacional

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