Nestes próximos meses será realizado o Censo do IBGE e automaticamente um clima de inquietude toma conta dos políticos, das lideranças e da população, que vem acompanhando os problemas oriundos da redução dos recursos destinados a Itaituba pelo péssimo censo realizado no passado. A Câmara Municipal de Itaituba vendo a necessidade de uma discussão ampla sobre essa problemática, realizou uma sessão especial para discutir a questão do censo 2007 e convidou prefeito, entidades de classe e população para ouvir as informações do representante do IBGE em Itaituba. Na ocasião, todos os vereadores se pronunciaram e destacaram a importância deste censo para Itaituba, afirmando que a realização de um censo bem feito faria justiça à Itaituba, pois, ao longo desses últimos anos têm sofrido com a redução de sua cota de repasse por parte da União.
No ano de 1997, Itaituba tinha como cota parte 4.0, hoje porém, está beirando 2.8, ou seja, aproximadamente R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), o que deixa qualquer administrador de “cabelo em pé”, pois, como nós sabemos, Itaituba é uma cidade pólo, que atende não somente a sua população, mas inúmeras pessoas dos municípios dessa região. Aqui em Itaituba nós já temos um Hospital que funciona como se fosse um Hospital Regional; não nos moldes que deveria ser, equipado com equipamentos modernos e com diversos médicos especialistas, mas digo regional porque atendemos pessoas de vários municípios.
Durante a explanação do representante do IBGE, o mesmo disse que sozinha, a equipe de recenseadores não poderá fazer muito e que dependerá da ajuda solicitada a prefeitura, questão essa sinalizou positivamente pelo prefeito.
Este fato me preocupa, pois percebo que o IBGE vai entrar somente com salários dos recenseadores, o restante cairá sobre a Prefeitura, que, sem alternativa e sendo a parte mais interessada que o censo aconteça a contento, terá que, a duras penas, fazer o papel do Governo Federal, visto que, embora o IBGE seja um órgão federal, o mesmo demonstra não ter estrutura para fazer o censo e que sem o apoio da prefeitura o censo estaria comprometido.
O que percebemos é um miserê geral, indo do município até o Governo Federal. Para ilustrar, relato aqui o pronunciamento da vereadora Ana Cativo, que disse que comprou gaze para fazer atendimento a uma criança que ela levara ao Hospital Municipal, pois o hospital não dispunha de material. Já na esfera estadual, cito o fato de que os assessores, quando da vinda da governadora, estiveram percorrendo o comércio local pedindo até copos descartáveis.
Recentemente o diretor do INSS disse em entrevista que teve que fazer uma “vaquinha” com os colegas de trabalho pra comprar papel, pois o INSS não tinha. Agora foi a vez do IBGE dizer que não tem condições de fazer o censo sozinho e que precisa, e muito, do apoio da Prefeitura. Eita, quanta miserê!!!
Esta situação do IBGE é preocupante, pois se não for feito um censo com qualidade, que atinja comunidades distantes e garimpos, Itaituba poderá ter uma grande decepção, deixando nossa cidade prejudicada. Neste caso, todo cuidado é pouco com este censo.
Dayan Serique é Pedagogo e pós-graduado em Administração Educacional
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