O Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” (CPC) divulgou na última segunda-feira (04), os seis laudos periciais sobre os assassinatos dos irmãos Ubiracy e Uraquitã Novelino. Os documentos estavam sob responsabilidade do Instituto de Criminalística do CPC. A partir dos laudos, é possível demostrar, materialmente, o planejamento, a execução e a consumação do crime dos dois irmãos.
O diretor do IC, Rosywaldo Cantuária, garantiu que os laudos foram muito bem formulados e que o resultado ratifica as provas testemunhais levantadas durante a investigação. A análise comprova de maneira técnico-científica a seqüência dos fatos que envolveram as mortes dos irmãos. Também participaram da coletiva, o gerente de Criminalística, Vamilton Albuquerque, e os peritos Maria José Menezes, Maria Luíza Maia e Benedito Leão.
Os laudos divulgados foram das perícias realizadas no sítio Gueri-Gueri; do automóvel Fiorino; no auditório da empresa Service Brasil; no barco Comandante Bio; na casa de jogos Parazão e no local onde os corpos foram encontrados, no Rio Guamá.
Nas mais de cem páginas do laudo final, os peritos mostram como os diversos locais foram utilizados no crime. “Foram vários locais para o evento, mas os laudos estão atrelados num só crime”, explicou o gerente de Criminalística do IC, Vamilton Albuquerque. Ele disse que o CPC “cumpriu com a sua missão que foi provar, através das perícias, o envolvimento de todo os locais com o assassinato dos irmãos”.
Vamilton Albuquerque informou que um fato importante apresentado pelo laudo foi a comprovação que o material biológico encontrado no auditório da Service Brasil era sangue humano e compatível com o material genético dos irmãos provando que o auditório da empresa foi o local do assassinato dos Novelino. Outra informação apontada pelo laudo foi que na Fiorino também foi encontrado material genético dos irmãos, “o que comprova que o veículo foi utilizado como meio de transporte dos corpos até o barco”, colocou o Vamilton.
O laudo mostra ainda outras nuançes do crime, como a premeditação já que no Parazão – ponto de jogo do bicho de Sebastião Cardias - apontado como um dos executores dos irmãos, foram encontrados enxadas, pedaços de madeira sujos de argamassa e também resíduos de argamassa compatíveis com o concreto que foi acorrentados aos corpos. O exame de miscroscopia de varredura eletrônica, comprovou que os pesos foram confeccionados com o mesmo material encontrado na loja de Cardias.
Outra prova material importante encontrada no Parazão foi uma agenda telefônica com os números residencial e celular de Luiz Araújo. “Esse número é mais uma ligação entre os dois acusados da morte dos irmãos”, disse Vamilton.
Foram encontradas no barco “Comandante Bio” as chaves que acionaram o mecanismo das algemas utilizadas nos irmãos Novelino, comprovando que o barco foi o meio de transporte usado para a ocultação dos cadáveres na baía do Guajará. Outra informação importante apresentada no laudo foi a posição exata onde os corpos dos irmãos Novelino foram jogados no rio Guamá. Através do Sistema Global de Posicionamento (GPS), foi possível definir que o corpo de Ubiracy Novelino – o primeiro a ser encontrado – estava 2913 metros distante de Uraquitã.
Segundo a perita Maria José Menezes, o trabalho foi cansativo, mas muito gratificante porque as informações dos laudos são todas compatíveis, mesmo sendo locais feitos em locais diferentes. “Nós estabelecemos provas materiais concretas comprovadas através de exames técnico-científicos para a elucidação desse crime”, exclamou.
Agência Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário