Em algumas inspetorias veterinárias gaúchas já faltam vacinas gratuitas contra a febre aftosa. Embora o governo estadual tenha adquirido nos primeiros dias do ano as 750 mil doses que restavam para atender aos 260 mil produtores com direito a ganhá-las, a vacina ainda não chegou ao Interior. Zero Hora detectou o problema no Vale do Taquari, em Erechim, Viamão, Canguçu, Santo Ângelo e Cruz Alta.
De acordo com o Departamento de Produção Animal da Secretaria, a previsão é de que as vacinas estejam nas inspetorias veterinárias até o final do mês, quando se encerra a campanha de imunização.
- A governadora (Yeda Crusius) determinou que não haverá cortes para a vacinação. Assinei a compra (das doses). Pode ter havido problema na distribuição, mas contamos com uma estrutura que precisamos fazer funcionar. Não podemos errar - afirma o secretário interino da Agricultura, Celso Bernardi.
A vacinação começou com 2,94 milhões de doses para a doação. O Ministério da Agricultura repassou mais 50 mil à secretaria. Ainda assim, a remessa da última compra (750 mil) é necessária para que todos os produtores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com até 50 animais tenham direito às doses. Em Viamão, a situação produz contratempos.
- A vacina que vem só dá para atender o assentamento. Temos outros produtores rurais que são da agricultura familiar, mas não conseguem ter acesso - explica Geraldo Oliveira, secretário municipal de Agricultura.
A inspetoria veterinária local recebeu só 4,2 mil doses, ante uma solicitação de 7 mil. O inspetor veterinário José Cony reconhece que tem de dar prioridade a áreas de maior risco para distribuir as dose.
- O assentamento está sendo todo vacinado. O gado das vilas e de dentro da cidade também. Minha prioridade é fazer a vacina onde eu sei que, se não fizermos, ninguém vai fazer. Os demais criadores, mesmo que enquadrados no Pronaf (e com até 50 cabeças), a gente sabe que vão comprar a vacina, porque sabem do benefício e da importância (de imunizar) - afirma Cony.
O diretor do Departamento de Produção Animal do Estado, Antônio Ferreira Neto, orienta aos pequenos produtores que têm direito mas não conseguiram retirar vacina gratuita a aguardarem novas remessas ou comprarem as próprias doses.
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