quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

“Em caso de cheques, favor cruzar” diz panfleto

A Igreja Apostólica Renascer em Cristo, cujos líderes foram detidos no dia nove nos Estados Unidos, possui uma unidade em Natal, localizada na Avenida Ayrton Senna, 1440, em Neópolis. É um espaço amplo com 400 cadeiras brancas e sua dirigente, a pastora Flávia Siminéia, mesmo negando uma entrevista, disse que está convicta da inocência dos líderes da entidade, Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes. Os dois deixaram na terça-feira a carceragem do Centro de Detenção Federal de Miami (EUA), sob custódia de agentes federais do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para um destino não anunciado.A filial natalense é um galpão bastante espaçoso, com porta de vidro e altar com sistema de som com instrumentos musicais como uma bateria. As paredes mostram um desenho de um céu com nuvens brandas ao redor de todo o salão. Banners (painéis) nas paredes estimulam doações. Falando em doações, em cada uma das cadeiras há envelopes com um papel parecido com um cadastro. Nele, estão as quantias sugeridas em pequenos quadrados com as alternativas de 15, 30, 50, e 100 reais. Abaixo, a seguinte observação: ‘‘Em caso de cheques, favor cruzar, e colocar nominal a I.E.A.R.C (Igreja Evangélica Apostólica Renascer em Cristo’’. Em seguida, a frase bíblica ‘‘Pois assim diz o Senhor DEUS de Israel: a farinha da panela não acabará, e o azeite não faltará...’’ REIS: 17:14. A última frase faz menção a um projeto social da Renascer: ‘‘Seja um Gideão e ajude mensalmente às obras assistenciais da Fundação Renascer’’.A reportagem foi recebida por duas assessoras (diaconisas). Elas nos comunicaram que a pastora Flávia Siminéia só chegaria entre 40 minutos e uma hora. Em menos de 15 minutos a pastora chegou à igreja já avisando que tudo que havia para ser dito sobre a Renascer é o que já foi divulgado pela mídia nacional. Perguntada sobre o que achava das denúncias envolvendo Estevam Hernandes e Sônia Haddad, ela disse, de maneira firme, que tinha a convicção da inocência dos dois. ‘‘Nem que eu tenha que chegar ao céu, eu terei revelada essa inocência’’, disseDesde 2002 a Renascer é investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo. A prisão de Estevam e Sônia se deu através de uma parceria entre as autoridades americanas e o Gaeco. O sequestro dos bens registrados em Miami no nome dos dois deverá ser definido nos próximos dias pelo Departamento de Justiça da Flórida. A medida é uma determinação do processo que apura no Brasil os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e estelionato contra os fiéis.

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