O primeiro presidente da Rússia pós-comunismo, Boris Yeltsin, morreu nesta segunda-feira, informou o serviço de imprensa do Kremlin. "Yeltsin faleceu às 15h45 (8h45 de Brasília) no Hospital Clínico Central de Moscou por causa de uma progressiva insuficiência cardiovascular", disse à agência Interfax Serguei Mironov, chefe do Centro Médico do gabinete da Presidência russa.
Durante sua presidência nos anos 90, ele sofreu diversos problemas de saúde. Yeltsin assumiu a presidência após o colapso da União Soviética e guiou a Rússia para uma economia de mercado e ao sistema democrático. Ele foi eleito presidente no dia 12 de junho de 1991, quando a Rússia ainda era uma das repúblicas da União Soviética - dissolvida em dezembro do mesmo ano.
Yeltsin foi reeleito em 3 de julho de 1996 e em dezembro do mesmo ano foi submetido a uma operação de coração. No último dia de 1999, Yeltsin abandonou o cargo e entregou o governo ao atual presidente Vladimir Putin.
Ainda que Yeltsin tenha sido admirado por ter desafiado o sistema monopartidário soviético, muitos russos o consideram como o responsável pelo declive de um país que antes foi uma superpotência mundial.
Yeltsin, que completou 76 anos no dia 1º de fevereiro, ficou conhecido como uma figura contraditória. Durante a era comunista, ganhou popularidade por defender o combate à corrupção, mas durante seu governo, dezenas de pessoas caíram na pobreza, enquanto as mãos privadas saqueavam a indústria estatal. Ele defendia a liberdade de imprensa, mas sempre manipulava a mídia. Acumulou um enorme poder durante sua presidência.
Yeltsin teve grandes momentos. Em agosto de 1991, ele parou em cima de um tanque para resistir a uma tentativa de golpe de Estado de militares conservadores, e liderou um fim pacífico do estado soviético. Ele foi um reformista inconsistente que nunca teve muito interesse nos assuntos diários do governo e sempre culpou seus subordinados pelos problemas da Rússia. Ele manchou sua credencial democrática ao usar a força para resolver disputas políticas, ainda que sempre tenha dito que suas ações foram necessárias para manter o país unido.
Em outubro de 1993, enviou soldados e tanques para tirar partidários armados do parlamento russo. Em dezembro de 1994, Yeltsin lançou uma guerra contra rebeldes separatistas na república da Chechênia - um conflito que segue sem solução e que já causou a morte de dezenas de milhares de pessoas.
Associated Press e Efe
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