Agência Amazônia A terceirização do Sairé não agradou grande parte da população santarena e alguns empresários do município. A contratação da empresa cearense Duetto, Assessoria e Eventos, foi feita pela coordenação da festa e anunciada às vésperas do inicio do evento, que este ano recebeu mais de R$ 410 mil em dinheiro público. O que era para melhorar a imagem do Sairé, já começa mal. A reportagem recebeu reclamações de dois empresários de quê a empresa teria efetuado quebra de contrato em cima da hora, gerando enormes prejuízos. Populares e turistas também reclamaram da desorganização e de maus tratos dos seguranças contratados pela empresa. Em um dos casos, a Duetto fechou contrato por telefone e exigiu imediatamente os serviços da contratada em Alter do Chão. Chegando lá, os contratados tiveram a notícia de quê o valor acordado teria de ser diminuído mais de 50%, inviabilizando a execução dos serviços e forçando a quebra de contrato. O empresário que não quis se identificar teve de arcar com o prejuízo sozinho. 'Eles me fizeram contratar pessoas e consegui alojamento em Alter do Chão às vésperas do Sairé, o que é quase impossível e muito oneroso. Em seguida, desfizeram o negócio. Isso é brincar com a cara do povo santareno. Enquanto empresas de Belém e Manaus estão lá dentro trabalhando e ganhando bem, é claro', desabafa o empresário. A contratação da Duetto gerou um clima de desconfiança entre os empresários e a imprensa santarena pela forma que aconteceu. Muito rápida e às vésperas da realização do evento, que carrega consigo o nome de Santarém e parte da história e cultura de seu povo. A decisão da terceirização da festa foi tomada pela comunidade e as agremiações dos botos. Mas, apesar de não ser expressada em público, as lideranças da vila balneária não gostaram do trabalho da empresa. Vários barraqueiros reclamavam durante o evento da falta de água nas barracas. A imprensa só recebeu as credenciais na tarde do dia 13 (quinta-feira). As atrações nacionais foram confirmadas em cima da hora e não agradaram ao público. 'Essa empresa deve ser boa para fazer micareta, mas Sairé é nota zero', reclamou a estudante Cristina Alves, que veio do Amazonas e participa do Sairé há cinco anos. Uma das proprietárias da Duetto, a empresária Ieda Pinheiro, disse que veio a Santarém para ganhar dinheiro e que, pelo contrato que assinou, vai fazer o Sairé por mais dez anos. Os empresários prejudicados pela Duetto disseram que vão acionar a justiça e fazer pressão junto à comunidade de Alter do Chão e a prefeitura municipal para que a empresa não renove mais o contrato. 'Esse Sairé pode ser considerado um dos mais desorganizados de todos os tempos. Temos de pensar que a imagem da cidade e do povo está em jogo. Se continuar desse jeito vamos ser conhecido como o maior 'festival de calote' do Pará, e não queremos isso', alertou um dos empresários. Apesar do péssimo trabalho da empresa, o brilho da festa foi mantido pelo carisma e hospitalidade do povo santareno. O boto Cor de Rosa foi o grande campeão e pode comemorar seu quarto título em grande festa. Cerca de 100 mil pessoas passaram pela vila balneária de Alter do Chão durante os quatro dias de maior intensidade do evento.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
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