quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Terceirização do Sairé não agradou

Agência Amazônia
A terceirização do Sairé não agradou grande parte da população santarena e alguns empresá­rios do municí­pio. A contratação da empresa cearense Duetto, Assessoria e Eventos, foi feita pela coordenação da festa e anunciada às vésperas do inicio do evento, que este ano recebeu mais de R$ 410 mil em dinheiro pú­blico. O que era para melhorar a imagem do Sairé, já começa mal. A reportagem recebeu reclamações de dois empresá­rios de quê a empresa teria efetuado quebra de contrato em cima da hora, gerando enormes prejuí­zos. Populares e turistas também reclamaram da desorganização e de maus tratos dos seguranças contratados pela empresa.
Em um dos casos, a Duetto fechou contrato por telefone e exigiu imediatamente os serviços da contratada em Alter do Chão. Chegando lá, os contratados tiveram a notí­cia de quê o valor acordado teria de ser diminuí­do mais de 50%, inviabilizando a execução dos serviços e forçando a quebra de contrato. O empresá­rio que não quis se identificar teve de arcar com o prejuí­zo sozinho. 'Eles me fizeram contratar pessoas e consegui alojamento em Alter do Chão às vésperas do Sairé, o que é quase impossí­vel e muito oneroso. Em seguida, desfizeram o negó­cio. Isso é brincar com a cara do povo santareno. Enquanto empresas de Belém e Manaus estão lá dentro trabalhando e ganhando bem, é claro', desabafa o empresá­rio.
A contratação da Duetto gerou um clima de desconfiança entre os empresá­rios e a imprensa santarena pela forma que aconteceu. Muito rá­pida e às vésperas da realização do evento, que carrega consigo o nome de Santarém e parte da histó­ria e cultura de seu povo. A decisão da terceirização da festa foi tomada pela comunidade e as agremiações dos botos. Mas, apesar de não ser expressada em pú­blico, as lideranças da vila balneá­ria não gostaram do trabalho da empresa. Vá­rios barraqueiros reclamavam durante o evento da falta de água nas barracas. A imprensa só recebeu as credenciais na tarde do dia 13 (quinta-feira).
As atrações nacionais foram confirmadas em cima da hora e não agradaram ao pú­blico. 'Essa empresa deve ser boa para fazer micareta, mas Sairé é nota zero', reclamou a estudante Cristina Alves, que veio do Amazonas e participa do Sairé há cinco anos.
Uma das proprietá­rias da Duetto, a empresá­ria Ieda Pinheiro, disse que veio a Santarém para ganhar dinheiro e que, pelo contrato que assinou, vai fazer o Sairé por mais dez anos.
Os empresá­rios prejudicados pela Duetto disseram que vão acionar a justiça e fazer pressão junto à comunidade de Alter do Chão e a prefeitura municipal para que a empresa não renove mais o contrato. 'Esse Sairé pode ser considerado um dos mais desorganizados de todos os tempos. Temos de pensar que a imagem da cidade e do povo está em jogo. Se continuar desse jeito vamos ser conhecido como o maior 'festival de calote' do Pará, e não queremos isso', alertou um dos empresá­rios.
Apesar do péssimo trabalho da empresa, o brilho da festa foi mantido pelo carisma e hospitalidade do povo santareno. O boto Cor de Rosa foi o grande campeão e pode comemorar seu quarto tí­tulo em grande festa. Cerca de 100 mil pessoas passaram pela vila balneá­ria de Alter do Chão durante os quatro dias de maior intensidade do evento.

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