A atividade mais lucrativa do mundo, o comércio de drogas, ganha cada vez mais soldados no território paraense. O Estado é considerado um dos principais corredores do tráfico internacional no Brasil, sobretudo da cocaína. Mesmo sem fazer fronteira com os países produtores da droga (Colômbia, Bolívia e Peru), o Pará responde por quase 5% de toda apreensão de cocaína neste ano de 2009. De acordo com os dados oficiais da Polícia Federal, até junho desse ano, cerca de 300 quilos da droga foram retidas pelo Estado antes que pudessem chegar aos consumidores. É o sexto maior volume apreendido no Brasil, ficando atrás, apenas, do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rondônia e Amazonas.
Considerando os números dos últimos dois anos, 1,9 tonelada de cocaína foi apreendida pelos municípios paraenses, sendo os maiores volumes registrados em Belém, Santarém e Altamira. No entanto, não há como estimar as toneladas de cocaína que cruzam o Estado, especialmente pelos rios. O Pará está no meio da rota do tráfico entre os laboratórios de refino da droga, instalados nas cidades fronteiras ao Brasil, e as alternativas de saída para a Europa. ‘O Pará tem posição estratégica no percurso da droga, desde a sua entrada, nas fronteiras com a Colômbia e com o Peru, até a sua distribuição para os países da Europa, seja por via marítima ou através dos vôos internacionais nas capitais nordestinas’, diz o delegado Eduardo Henrique Passos, chefe da Delegacia de Repressão e Entorpecentes da Polícia Federal no Pará.
Somente nos estados do Pará, Rondônia, Amazonas e Acre, quase duas toneladas de cocaína de janeiro até o mês passado (exatamente 1.782 quilos), reflexo da movimentação da rota amazônica da droga, no caminho da exportação para a Europa.
O delegado explica que 80% da entrada da cocaína no Pará é por via fluvial. Segundo ele, a principal rota se inicia nas cidades de Iquitos e Santa Rosa (na Colômbia) e no distrito de Letícia (no Peru), que fazem fronteira com o Brasil, nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, ambos no Amazonas. Após entrar no território brasileiro, os transportadores da droga seguem pelo rio Amazonas até o Pará, cuja porta de entrada costuma ser o município de Santarém. De lá, é feita a distribuição da droga para as mulas – pessoas usadas pelo tráfico em pequenas escalas – que se espalham por diversos municípios, mas com o propósito de levar as encomendas até Belém.
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